Dificuldades na fala: quando é hora de procurar um fonoaudiólogo?
29/03/2022
Dr. Ricardo Cardoso Guimarães

O desenvolvimento da linguagem de uma criança acontece aos pouquinhos e vai progredindo ao longo dos primeiros anos de vida.

A linguagem divide-se em duas partes: receptiva e expressiva. A linguagem receptiva é quando a criança possui a capacidade de compreender o que foi dito. Já a receptiva é a capacidade que a criança tem de se expressar. Ou seja, uma criança pode entender muito bem o que um adulto fala, mas não conseguir falar.

Cada criança tem seu próprio tempo, no entanto, a maior parte começa a desenvolver suas habilidades de fala logo no primeiro ano de vida, quando diz suas primeiras palavras e reproduz onomatopeias.

Ao longo dos meses seguintes, o vocabulário é expandido e repleto de novas palavras. Aos 2 anos, a criança é capaz de formar frases de duas a três palavras.

A linguagem segue sendo desenvolvida ao longo dos anos de forma gradativa. Aos 3 anos, é esperado que a criança seja compreendida por um adulto. Aos 5 anos, todos os fonemas já foram adquiridos pelo pequeno, que não deve apresentar nenhum tipo de dificuldade, troca ou atraso na fala.

Agora que você já sabe como ocorre o desenvolvimento da linguagem, é preciso saber como identificar quando há uma dificuldade ou atraso na fala de sua criança.

Como saber se existe um atraso na fala da criança? – Entities which provide prescription drugs and offer ordering drugstore-catalog.com online.

É importante que a família fique atenta e acompanhe o desenvolvimento da linguagem da criança. Pois, existem muitos casos de distúrbios na comunicação ocasionados pela demora em identificar e buscar a ajuda de um especialista, e consequentemente, de iniciar o tratamento do problema. 

Para isso, listei abaixo, algumas ações, que você deve observar, quais sua criança está reproduzindo, se ela faz todos os estímulos receptivos e expressivos esperados na idade dela ou reproduz ações próprias de uma faixa etária inferior. São eles:

– Em qualquer idade:

Não reage aos sons ou que não balbucia ou produz sons com a voz.

– Entre 1 e 2 anos de idade:

  • Dificuldade de compreender frases ou solicitações verbais;
  • Não aponta objetos;
  • Não usa gestos simbólicos (ex: adeus);
  • Não tenta imitar sons ou palavras;
  • Não entende instruções simples.

– Após os 2 anos:

  • Não compreende a função dos objetos (ex: telefone, escova, etc);
  • Não produz palavras espontaneamente;
  • Não combina palavras;
  • Repete palavras sem um bom sentido para a comunicação
  • Tom de voz anormal ou anasalado;
  • Não imita palavras ou ações.

Causas por trás do atraso na fala

Os atrasos da fala não têm, todos, a mesma origem, a mesma evolução, misturam-se problemas diversos em sua expressão, origem e gravidade. Eles podem ser causados por:

– Falhas na audição;

– Distúrbios específicos de linguagem;

– Alterações neurológicas;

– Deficiência intelectual;

– Autismo;

– Apraxia da fala;

– Falta de estimulação verbal;

– Uso excessivo de aparelhos eletrônicos.

Caso identifique qualquer indício relacionado ao atraso na fala, leve a criança a um fonoaudiólogo para uma avaliação especializada. A partir de uma investigação clínica completa, é possível saber se existe realmente um retardo na linguagem infantil ou não.

Se houver um atraso na fala, o profissional indicará a intervenção mais adequada para o caso do paciente. Em algumas situações, apenas a orientação dos pais é o suficiente para estimular a linguagem. 

Dessa forma, algumas tarefas podem ajudar, como ler livros, contar histórias, repetir palavras, ouvir músicas.

Em casos mais críticos, a terapia é a única solução para tratar o atraso na fala! Em geral, o fonoaudiólogo trabalha em conjunto com outros profissionais da área médica, como pediatras, psicólogos e pedagogos.

Dr. Ricardo Cardoso Guimarães

Pediatra – Neonatologista

CRM 3125 | RQE 14723