Seu filho se queixa de dor de cabeça? A cefaleia em crianças e adolescentes é bastante comum e geralmente não costuma ser grave. Os dois principais tipos são a enxaqueca e a cefaleia tensional, muito frequente nos jovens, especialmente no início da adolescência.
Diferença entre enxaqueca e cefaleia tensional
ENXAQUECA
A enxaqueca normalmente é caracterizada por uma dor latejante, mais pulsátil, associada a náusea e vômito, além da aversão à luz e ao barulho. Pode ou não vir acompanhada de dor abdominal e de alterações visuais, conhecidas como aura.
A enxaqueca pode estar relacionada com alterações vasculares e causas genéticas. A maioria das crianças com enxaqueca tem outros familiares com o mesmo problema. Se ambos os pais tiverem histórico de enxaqueca, há 70% de probabilidade do filho também desenvolver.
No entanto, há alguns fatores que podem contribuir para as crises de enxaqueca, são eles:
● Estresse;
● Ansiedade;
● Depressão;
● Alterações no padrão de sono;
● Luzes e ruídos intensos;
● Alguns alimentos e bebidas;
● Excesso de exposição solar;
● Excesso de atividade física.
CEFALEIA TENSIONAL
A cefaleia, ou simplesmente, dor de cabeça tensional, ocorre quando há um tensionamento da musculatura. É um pouco mais leve e pode acontecer nos dois lados da cabeça, sem sintomas de náusea e vômito.
As principais causas são situações de estresse a nível escolar ou familiar, depressão etc.
As dores de cabeça são divididas em dois grupos: a dor primária, que não tem uma causa específica e a dor secundária, que tem um fator desencadeador.
No grupo das cefaleias secundárias as causas podem ser várias, mas as mais frequentes na criança e adolescente são as relacionadas com quadros febris virais (ex: gripes), outras causas são: sinusite, faringite, otite.
As causas que mais preocupam os pais e os médicos são os tumores e as meningites. No entanto, menos de 1% das crianças com cefaleias têm tumores.
Como é o tratamento da cefaleia na criança e no adolescente?
O tratamento depende do tipo de cefaleia, da intensidade, da frequência e da idade da criança.
No caso da cefaleia primária, o tratamento consiste na educação da criança e dos familiares, como forma de identificar e evitar possíveis fatores desencadeantes da dor.
Quando a dor está na fase aguda o tratamento mais comum é o uso de medicamentos analgésicos, os mesmos utilizados em adultos, mas em doses mais baixas, ajustadas ao peso da criança, sempre prescritos pelo médico, e esses medicamentos devem ser dados logo no início da dor, nas dosagens corretas.
É indicado que, na fase aguda, a criança ou adolescente procure um local silencioso e com pouca luz e, se possível, durma – o sono pode ser suficiente para resolver o episódio.
Quando se deve consultar o médico por causa das dores de cabeça?
● Se a dor de cabeça é intensa e nunca teve essas características.
● Se a criança acorda durante a noite com dores.
● Se a dor é localizada na parte de trás da cabeça.
● Quando as queixas de cefaleias são frequentes.
● Se a criança tem menos de 6 anos.
● Quando há alteração das características habituais das cefaleias (por exemplo: mais frequentes, mais intensas).
● Quando se associam a outros sintomas como febre, vômitos frequentes, alterações da visão, alterações do comportamento, dificuldades de andar, etc.
Quer saber um pouco mais sobre esse assunto?
Confira o Podcast “Cefaleia na adolescência” da revista Residência Pediátrica (RP), programa da série “RP Convida”, que conta com a participação da Dra. Adriana Rocha Brito, membro do Departamento Científico de Segurança e do Grupo de Trabalho de Saúde Mental da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
—
Dra. Rebeca Garcia de Paula
CRMTO 2711 | RQE 1080