Seu filho está na idade escolar e iniciou as preocupações com o que ele vai se alimentar fora de casa. Nessa hora, muitos pais acabam preparando as lancheiras dos filhos com opções que às vezes parecem saudáveis, mas não são.
E para ajudar os papais, mães e responsáveis nessa nova jornada, elaborei o seguinte conteúdo com dicas super importantes. Confira!
A Alimentação infantil deve suprir as necessidades nutricionais da criança para o crescimento e desenvolvimento adequados e garantir qualidade de vida em curto, médio e longo prazo. Evidências científicas têm mostrado que a nutrição inadequada tem se tornado um grande determinante das doenças crônicas do adulto e que alterações na alimentação exercem fortes efeitos, positivos e negativos, sobre a saúde e a prevenção de doenças.
Consequentemente, a preocupação com o tipo de alimento que é oferecido nas escolas ou mesmo levado de casa deve ser considerada. O consumo de alimentos industrializados e ricos em gordura aumentou, com isso, aumentou também a obesidade e a “fome oculta”, com deficiência de micronutrientes, pouco evidentes clinicamente, porém prejudiciais à saúde.
Quais as causas dessa deficiência de micronutrientes?
Ela pode causar repercussões na imunidade, no crescimento e no rendimento escolar. Deste modo, para as faixas etárias definidas como pré-escolares (crianças de 2 a 5 anos) e escolares (6 a 10 anos), é recomendado realizar de cinco a seis refeições ao dia.
Destas, três são consideradas refeições plenas (pelo volume de nutrientes ingeridos) e duas refeições menores (denominadas lanches), podendo ocorrer uma pequena e última refeição denominada ceia.
Segundo o Manual Lanches Saudáveis do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP, os lanches, quando são oferecidos em horários regulares e em porções nutricionalmente planejadas, propiciam boas condições para atingir o potencial de crescimento e para manter um estado nutricional adequado até a fase adulta.
Por que a alimentação na idade escolar é tão importante?
Crianças com idade entre 7 a 10 anos são consideradas escolares. Este é um período em que elas praticam muita atividade física e apresentam crescimento de estatura constante. Por isso, é muito importante que a qualidade e a quantidade da alimentação estejam adequadas às suas necessidades diárias e que hábitos saudáveis sejam estimulados.
A qualidade do lanche pode afetar a saúde das crianças?
Com certeza. É um momento de risco, no qual, a criança pode adquirir produtos na cantina da escola, que não necessariamente obedecem às recomendações da alimentação saudável.
No entanto, também é preocupante, se os mesmos alimentos são facilitados na lancheira da criança. A ingestão excessiva de alimentos calóricos e pouco nutritivos, aliados ao sedentarismo são aspectos frequentes nessa faixa etária (7 a 10 anos), e ainda, os hábitos alimentares da família também exercem grande influência sobre as práticas alimentares.
Dessa forma, além do cuidado com a alimentação é importante restringir o tempo de atividades sedentárias como assistir televisão e uso de microcomputadores e games para no máximo 2 horas por dia.
O lanche ideal
O lanche escolar deve fornecer a cada criança entre 200 a 250 calorias por dia, podendo haver variações de acordo com o estado nutricional: obesidade ou magreza. No dia a dia, deve-se estimular um lanche variado, com a presença de diversos grupos alimentares, como frutas e legumes; carboidratos e fontes protéicas.
Vale ressaltar que uma alimentação inadequada está relacionada com uma maior incidência de doenças crônicas, como pressão alta, diabetes e câncer. Desta forma, as práticas alimentares adquiridas na infância devem proporcionar crescimento e desenvolvimento adequados, além de hábitos alimentares que promovam a saúde do indivíduo e previnam doenças futuras. Logo, o lanche escolar deve priorizar alimentos frescos, sucos e leite.
Atenção. Apenas em circunstâncias especiais devem ser consumidos alimentos industrializados. Esses produtos devem ser usados com cuidado. De forma geral, recomenda-se restringir o consumo de refrigerantes, sucos e bebidas à base de soja. Também deve ser evitada a ingestão de alimentos industrializados ricos em gorduras, sal e açúcares.
Por fim, outro ponto muito importante é a segurança alimentar desses lanches escolares. A limpeza é um aspecto que deve ser observado.
Orientações em relação à segurança alimentar dos lanches
1. Escolher alimentos tratados de forma higiênica;
2. Armazenar cuidadosamente os alimentos;
3. Evitar contaminação cruzada;
4. Lavar as mãos constantemente;
5. Manter limpas todas as superfícies da cozinha;
6. Controlar pragas;
7. Utilizar água pura;
8. As lancheiras devem ter o certificado de que são térmicas, a informação geralmente está na etiqueta;
9. Os recipientes que as acompanham em geral não são térmicos, mas, se a criança levar suco em garrafa, é preciso que ela seja térmica para que a bebida não perca suas vitaminas. Os lanches devem ser embrulhados, de preferência, em papel-filme e depois colocados em potes de plástico;
10. Quando a criança chegar da escola é hora de verificar a lancheira. Além de ver o quanto ela comeu, é preciso limpar os recipientes e o acessório. Todos os dias deve ser passado um pano com água e álcool e uma vez por semana a higiene deve ser com água e detergente.
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Dra. Natalia Vianna Rodrigues Arantes
CRMTO 4258 | RQE 1829